A adoção é um desafio para cães e gatos que vivem no Canil Municipal de Santa Isabel, e aguardam a oportunidade de ter um lar. Mas essa dificuldade é muito maior nos casos dos animais com deficiência física. Atualmente, no local, dois cães e dois gatos nessas condições esperam a chance de serem escolhidos por uma família.
O Robinho é um cachorro jovem que foi vítima de atropelamento. Abandonado e ferido, ele foi recolhido pela equipe de zoonoses, recebeu cuidados veterinários e hoje vive no Canil. Ele perdeu os movimentos de suas patas traseiras, mas isso não impede que ele seja um típico cachorro caramelo, brincalhão e carinhoso. Cidinha é sua fiel companheira, a cadela também perdeu os movimentos de duas patas e tem a mobilidade reduzida.
No Gatil, onde vivem cerca de 15 gatos, dois deles chamam atenção por serem cegos. Ambos perderam a visão após contraírem um vírus. Carinhosos, eles pedem carinho para quem quer que se aproxime. Apesar dos gatos em geral serem adotados com facilidade, a dupla de felinos não tem a mesma sorte e há tempos eles estão na fila da adoção.
A equipe técnica do departamento de Zoonoses, da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Santa Isabel, afirma que a adoção de cães ou gatos especiais, geralmente, demanda poucos cuidados a mais, em relação àqueles que não têm problemas de saúde. Quem optou por dar abrigo e carinho a um animal deficiente afirma não se arrepender.
É o caso do servidor público, Gian Paolo Giomarelli Junior, que adotou uma cadelinha condenada à eutanásia. Ferida, jogada em um lixeira da zona rural, quem encontrou o animal acreditou que ele não sobreviveria. A pequena foi levada ao Canil Municipal, onde foi recebida por Gian, que decidiu levá-la para casa na tentativa de recuperar sua saúde.
A cachorra tinha as quatro patas quebradas, além de outros muitos ferimentos. Ela foi operada e depois de muita atenção e altas doses de carinho, pouco a pouco a cadelinha foi se recuperando. Hoje, cheia de saúde, Sofia faz a alegria de Gian, integrando a família há mais de dois anos.
ADOTE COM RESPONSABILIDADE
A equipe da Zoonoses alerta que, antes de adotar é necessário estar ciente de que adoções devem ser feitas de forma consciente e responsável. É preciso estar ciente de que um animal vive de 15 a 20 anos e por isso é de extrema importância a programação da rotina familiar com os novos membros. Também é necessário incluir na programação familiar as despesas com ração, medicamentos e todos os investimentos que um animal demanda.
MALTRATAR ANIMAIS É CRIME
Maus-tratos a animais é crime, conforme a Lei Federal 9.605/1998, e isso inclui também abandono e falta de cuidado. Em 2020, com a aprovação da Lei Federal 14.064/2020, houve um aumento da pena para casos de maus-tratos, com reclusão de dois a cinco anos.