Prédios e espaços públicos degradados, caixa negativo em pelo menos R$ 207 milhões e dívida consolidada em R$ 473 milhões são alguns dos desafios da próxima gestão em Mogi das Cruzes. As informações foram apresentadas nesta terça-feira (17/12/2024), na Câmara Municipal, durante audiência pública de Balanço do Governo de Transição. Vereadores, lideranças, representantes de entidades, associações e munícipes puderam conhecer, em quatro horas de apresentação, a real situação física e financeira de cada uma das secretarias municipais de Mogi das Cruzes.
“É assim que iniciaremos a nossa gestão em 1 de janeiro: com muita transparência e com um time forte, competente e preparado para superar os desafios e reconstruir Mogi das Cruzes. O balanço apresentado aqui representa o cenário da cidade até 30 de novembro, mas a situação real só teremos acesso a partir de 1 de janeiro, quando assumirmos a Prefeitura Municipal”, alertou a prefeita eleita Mara Bertaiolli.
No déficit de caixa apurado até novembro, destaca-se cerca de R$ 41 milhões que deixaram de ser pagos ao Iprem. “Não conhecemos ainda o montante de restos a pagar com fornecedores, contratos a vencer e novos gastos que surgirão até 31 de dezembro. Este é um grande ponto de alerta”, avisou o economista Robson Senziali, responsável da temática de Finanças no Governo de Transição.
Já a dívida consolidada, apurada até o momento em R$ 473 milhões, sofrerá sobrecarga a partir de setembro do próximo ano, quando a Prefeitura Municipal passará a arcar com as parcelas de um financiamento internacional de USD 14,3 milhões – o valor total do empréstimo pode chegar a USD 69,4 milhões. O município já faz, mensalmente, o pagamento de R$ 3 milhões de juros deste empréstimo. “Além das obras incorporadas neste empréstimo estarem em ritmo lento, teremos à frente o pagamento de parcelas e juros em dólares, pelos próximos 13 anos”, apontou Senziali.
ABANDONO
Além de contratos, convênios e contas públicas, a equipe de transição percorreu os equipamentos e espaços públicos da cidade. Em todos os segmentos foram constatados problemas estruturais de infiltração, unidades sem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), viaturas e equipamentos em péssimo estado de conservação. Espaços de esporte, lazer e cultura também apresentam sérios problemas estruturais. A situação apurada pela equipe técnica foi documentada com imagens – parte apresentada na audiência pública.
“A situação é alarmante. Há espaços públicos entregues há pouco tempo e que já apresentam problemas estruturais, como o Parque Airton Nogueira, inaugurado há menos de um ano. Sabemos da situação financeira, mas o prejuízo físico é incalculável”, afirmou o vice-prefeito eleito Téo Cusatis.
TRANSPARÊNCIA
Visando garantir a transparência e diálogo direto com a população, a equipe de transição da nova gestão disponibilizou toda a apresentação e vídeo da audiência pública para todos. Os materiais poderão ser acessados a partir desta quarta-feira (18/12/2024), no site da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes: cmmc.com.br .
