Após seguidos aumentos nos preços dos combustíveis, que elevaram o valor médio d0 diesel a R$ 5, caminhoneiros anunciaram uma greve a partir do dia 1º de novembro. A categoria está descontente com o presidente Jair Bolsonaro, que não atendeu aos pedidos por redução nos preços dos combustíveis.
Em 16 de outubro, o grupo convocou uma assembleia e decidiu pela deflagração da paralisação. Entidades como a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) demonstraram apoio ao movimento.
“Se até o dia 31 o governo não sinalizar com alguma coisa concreta para a categoria, a paralisação está mantida. Quero ver o que o governo vai falar com esse novo aumento. É muito fácil o chefe da nação fazer uma live e dizer: ‘olha, estou conversando, acionando o ministério da Economia, o presidente da Petrobras, vamos buscar uma solução’. Mas não, fala que vai ter mais um aumento e não vai interferir”, criticou Wallace Landim, presidente da Abrava.
Em entrevista ao site Poder 360, Carlos Alberto Dahmer, diretor da CNTTL, disse que a categoria se “considera traída” por Bolsonaro. Segundo ele, as promessas do presidente não foram cumpridas.
Tentativas
Em uma tentativa de reduzir a pressão, o chefe do Executivo prometeu um benefício no valor de R$ 400 para cerca de 750 mil caminhoneiros. A categoria achou insuficiente o “auxílio-diesel“, pois considera o valor irrisório
O governo federal também marcou uma reunião com representantes do Palácio do Planalto na quinta-feira, 28, para tentar conter a greve. Mas a presença do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, gerou revolta entre as lideranças dos caminhoneiros. Após a confusão, o encontro foi cancelado.
Há alguns dias, o chefe da pasta de Infraestrutura criticou a greve, afirmando que “não resolve nada”. Ele chegou sugerir que os caminhoneiros trabalhassem mais para reduzir custos
Como fica?
Diante da falta de negociação, líderes do movimento garantiram ao G1 que a greve segue mantida para o dia 1º de novembro. A categoria não revelou se pretende fechar rodovias.
Além de aumentos nos preços dos produtos, a paralisação pode gerar desabastecimento de alimentos e combustíveis em alguns estados. Entretanto, essa é uma possibilidade que alguns membros negam.