GOVERNO DO ESTADO ARQUIVA PROJETO QUE PREVIA INSTALAÇÃO DE PEDÁGIO NA RODOVIA MOGI-DUTRA

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A rodovia Mogi-Dutra está livre da ameaça de instalação de uma praça de cobrança de pedágio. O anúncio foi feito pelo governador em exercício, Rodrigo Garcia, ao prefeito Caio Cunha, em uma reunião realizada no final da tarde desta quarta-feira (22/12), no Palácio dos Bandeirantes.

“Esta é uma grande conquista para a população de Mogi das Cruzes. Um verdadeiro presente de Natal para a cidade, que, com o anúncio que a Mogi-Dutra não terá pedágio, fica livre de uma ameaça que colocava em risco o desenvolvimento do município”, afirmou Caio Cunha.

O encontro também teve a participação de representantes da região do Alto Tietê. “Temos de agradecer à sensibilidade do Governo do Estado e ao apoio que a cidade teve nesta luta de todos os deputados, lideranças, entidades e movimentos da sociedade. Foi uma grande união de esforços que resultou nesta vitória”, complementou o prefeito.

O governador em exercício, Rodrigo Garcia, anunciou ainda que, além do arquivamento do Lote Litoral Paulista, o governo João Doria vai contratar em janeiro o projeto executivo para a realização de obras de duplicação na rodovia Rio-Santos, começando por Bertioga e vai atualizar os projetos da rodovia Mogi-Bertioga para realizar a obra.

“É uma vitória de todos, depois de um permanente estudo do programa que foi apresentado no Lote Litoral. Chegamos à conclusão de que ele não era adequado. Sempre falo que ninguém faz um programa de concessão para prejudicar a vida das pessoas – a intenção é sempre melhorar, portanto arquivamos esse projeto e não vai haver pedágio, mas, ao mesmo tempo, o governador anuncia que as obras serão realizadas e a população vai ser beneficiada”, destacou Garcia.

O prefeito lembrou ainda que a conquista só foi possível graças à intensa mobilização da população mogiana, liderada pela Prefeitura e movimentos da sociedade civil. Diversas manifestações foram realizadas na rodovia e a administração municipal conseguiu vitórias na Justiça questionando o edital da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) para a concessão do Lote Litoral Paulista, ao qual pertencia a Mogi-Dutra.

O pedágio seria instalado no quilômetro 40 da rodovia Mogi-Dutra, com cobrança nos dois sentidos de direção. Com isso, moradores de bairros como o Taboão, Chácara Guanabara e Itapeti teriam de pagar a tarifa para ir à região central e voltar. Além disso, o Distrito Industrial do Taboão, a maior área da Região Metropolitana de São Paulo para o crescimento industrial, também seria diretamente afetada.

Os mogianos que se deslocam diariamente para São Paulo para trabalhar ou estudar seriam impactados pela cobrança, enquanto empresas, indústrias e agricultores sofreriam prejuízos com o encarecimento da logística para o escoamento da produção, o que poderia afastar investimentos e prejudicar a geração de empregos.

Em 24 de agosto, o Movimento “Todos contra o Pedágio” reforçou o repúdio da sociedade mogiana contra a proposta da Artesp. A reunião contou com representantes da indústria, do comércio, da agricultura, lideranças religiosas e movimentos organizados que contestam o projeto. Uma pesquisa, apresentada no evento realizado no Theatro Vasques, mostrou que 85% dos mogianos são contrários ao projeto.

Durante o evento, também foram apresentados números e informações que mostram os prejuízos que a proposta acarreta para a cidade. Os problemas incluíam questões de mobilidade, planejamento urbanístico, prejuízos para comerciantes, empresários e pessoas que se deslocam entre regiões distantes da cidade – e que teriam que pagar o pedágio. A proposta da Artesp comprometia a atração de novos investimentos e transformaria a malha viária da cidade em uma via rápida de acesso ao litoral.

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