Mesmo diante da tamanha repercussão do seu trabalho como gari em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará, a jovem Ester Santos, 20 anos, conhecida carinhosamente como “Garigata”, continua exercendo a função de gari nas ruas da cidade. Em poucos dias, ela recebeu milhares se seguidores no Instagram e atingiu a marca de 100 mil de pessoas no perfil nesta sexta-feira (25).
Ester disse ao g1 que sente orgulho da profissão que exerce e que já recebeu diversas outras propostas de trabalho para deixar a profissão de gari, mas que não aceitou. Apesar disso, além do trabalho de gari, ela tem usado as redes sociais para divulgar marcas e empresas nas quais ela firmou parceria e recebe pagamento por isso.
“Garigata” viralizou nas redes sociais ao mostrar o cotidiano de forma divertida, desconstruindo qualquer imagem negativa que as pessoas possam ter sobre seu ofício.
“Eu peguei um amor, um orgulho pela profissão. Quando eu comecei a trabalhar como gari, recebi outras oportunidades boas. Fui chamada para trabalhar em lojas mas eu não quis. Eu preferi ficar nessa profissão porque eu peguei um carinho”, disse Ester.
A jovem gari afirma que não sente vergonha do seu ofício e que não esperava a repercussão que seu trabalho está tendo.
“Eu queria trazer para as pessoas que não tenham vergonha do seu trabalho, independente de qual seja ele. E queria mostrar para as meninas que trabalhar é a melhor coisa que tem para você não depender de ninguém. Sem contar que eu gosto de gravar também meu dia a dia. Mas eu não sabia que um dia ia dar nisso. Eu estava precisando de um emprego para ajudar minha mãe em casa, que é quem dá o sustento a mim e ao meu filho”, contou a gari.
Apelido de “Garigata”
Ester recebeu o apelido de “Garigata” por amigos de trabalho. O apelido logo se espalhou pelas ruas de Juazeiro, onde ela é reconhecida pelas pessoas.
“Quando eu estava varrendo a rua, os meninos da coleta passavam no caminhão do lixo e falavam: ‘bom dia, Garigata’. Começou dentro da empresa, com os parceiros de trabalho mesmo. E como a população via eles falando comigo, o pessoal ouvia eles me chamando de ‘Garigata’. Até que teve um certo dia que uma senhora falou: ‘ei, Garigata’. Aí com isso, a população de onde eu varria começou a me chamar assim”, disse Ester, ao g1.