Com profissões e atribuições diferentes, estas três mulheres – uma diretora de escola, uma agente administrativa e uma agente de saúde – fazem parte do efetivo de 17.180 servidoras ativas da Prefeitura de Guarulhos, o que corresponde a 68,9% do total de funcionários públicos da instituição. Em comum, frequentam o Programa de Preparação para Aposentadoria e Desligamento (Prepara), oferecido pela Secretaria de Gestão para quem já reuniu décadas de experiência no trabalho e está próximo de se aposentar. Além disso, as funcionárias são unânimes em afirmar que a dedicação, a força e a determinação são características da profissional do serviço público.
Aos 56 anos, Jaqueline de Nóbrega acumula 26 anos como diretora de escola municipal e mais alguns como professora do ensino fundamental no governo estadual. Mãe de três filhos, casada, ela revê sua caminhada profissional. “Foi uma jornada tripla nada fácil e não sei se a gente se acostuma ou aprende a lidar com tudo”, diz a diretora da EPG Nise da Silveira, localizada no Jardim Uirapuru.
Apesar da correria diária para conciliar família e empregos, Jaqueline acredita que a mulher deve investir na profissão e ressalta a sensibilidade e a competência feminina para lidar com as pessoas. “Ser mulher é sensacional. Voltaria ao mundo dez vezes assim. Sinto que temos uma força divina. Na minha área de trabalho, a educação, nosso papel é importante pela empatia e compreensão que empregamos no atendimento aos pais de nossos alunos. Entendemos a dor de outras mães que têm dificuldade com os filhos e podem estar em uma situação de vulnerabilidade. É uma questão de sororidade”, explica a diretora.
A agente administrativa Rosimeire Strangetti, de 57 anos, divorciada, é servidora da administração municipal há 26 anos. Trabalha no Departamento de Tesouro da Secretaria da Fazenda atuando em pagamentos de fornecedores, impostos, entre outros. “A mulher é um ser fora de série. Quando se propõe a fazer algo, faz muito bem. Além de comprometida, determinada, é sensível e aguenta muita pressão. É um ser evoluído”, afirma a funcionária.
A mulher hoje, segundo Rosimeire, transita por muitos locais e funções antes destinados aos homens. “O serviço público permite que tenhamos igualdade de remuneração em relação aos homens. Estamos ocupando mais espaços porque conseguimos acolher e não deixar passar detalhes nem de notar carências que as pessoas tenham”, contou a funcionária da Fazenda.
Vinda de família com muitos parentes empregados na administração pública que não permitiam às mulheres exercerem serviço fora de casa, a bióloga Sônia Maria dos Santos, de 58 anos, atua há 15 como agente de saúde. “Conseguimos transformar muitas coisas como servidoras públicas. Somos mais determinadas e assim nos destacamos mais”, afirma Sônia, que é solteira e mãe de uma filha.
Como parte de suas atribuições, a agente de saúde faz visitas domiciliares a pacientes. “Vamos às casas e somos bem acolhidas pela população porque confiam mais na gente e sentem mais liberdade para conversar conosco. Na área da saúde, nos preocupamos muito com os munícipes e nos atentamos a detalhes. Nos empenhamos para desenvolver um trabalho de qualidade”, completou a funcionária, que vive no Taboão.
Fotos: Fábio Nunes Teixeira/PMG
07/03/2025
