Promover hábitos saudáveis e levar as crianças para uma jornada inesquecível ao mundo mágico dos alimentos foram alguns dos resultados do espetáculo infantil Alice no País das Hortaliças, que aconteceu nos últimos dias 19 e 20 de novembro na EPG Zulma Castanheira, no Parque Cecap, e na EPG Paulo Autran, no Jardim Lenize.
Adaptação moderna de Alice no País das Maravilhas, escrita por Gustavo Libanori e dirigida por Bruno Ferian, Alice no País das Hortaliças enfatizou a importância de uma dieta equilibrada, com o consumo de frutas e vegetais, hidratação adequada e a consciência sobre os benefícios de uma alimentação saudável logo na infância. As crianças também usufruíram de livros com a história da peça, distribuídos gratuitamente a elas.
A proposta da encenação é apresentar novos hábitos e sabores aos alunos e ressaltar a importância de cada um deles para uma vida mais saudável, já que no Brasil aproximadamente 39% da população infantil sofre de obesidade e sobrepeso.
A peça começou com as férias da protagonista, Alice, que logo em seu primeiro dia quebra o braço, fazendo com que todos os seus planos de diversão fossem por água abaixo. Impossibilitada de sair para brincar com seus amigos, ela se vê obrigada a ficar dentro de casa e acompanhar a rotina de sua família na cozinha. Filha de um cozinheiro, responsável por todas as refeições da família, Alice não se vê muito satisfeita com os ingredientes escolhidos pelo pai. Mas é durante esse longo dia, entre entradas e saídas de seus familiares, que estranhos personagens aparecem na cozinha de Alice, ensinando a ela a diversidade de frutas, verduras e hortaliças e como uma boa alimentação pode ajudá-la a se recuperar mais rápido para voltar a brincar com seus amigos, antes que as férias cheguem ao fim.
Repercussão
Depois de assistirem ao espetáculo Alice no País das Hortaliças, a ideia de comer frutas, legumes e hortaliças se tornou unânime entre os alunos da EPG Paulo Autran. Felipe da Silva Pires (10), Laura Magalhães Andrade (8), Lorena Emanuele Borges (9) e Samara Silva (8), por exemplo, compreenderam que o excesso de alimentos ultraprocessados faz mal à saúde.
“Vou mudar minha alimentação e começar a comer mais verduras e legumes”, avaliou Felipe. Laura ficou muito preocupada com as consequências e os riscos do consumo desses alimentos. “As comidas industrializadas não fazem muito bem para o corpo, a gente pode se sentir mal e acabar até parando no hospital”, disse a menina, preocupada.
Lorena foi além e encarou o enredo do espetáculo como a grande moral dessa história. “A gente não pode comer comidas muito processadas porque vai fazer mal para o nosso intestino”. Samara aproveitou mais esse momento de aprendizagem para descobrir algo novo e cientificamente comprovado. “A gente pode aprender a comer legumes e verduras porque faz bem para o nosso cérebro também”.
Já Felipe Akamine (9), que além de aluno da EPG Zulma Castanheira também é escritor, teve a ideia inusitada de escrever um livro sobre a história dos times de futebol e uma receita de um prato característico da região de cada um deles. “Numa parte da peça tem um gato que fala que o livro dele é de histórias e receitas. Aí os personagens perguntam: como assim um livro de histórias e receitas? A Chapeuzinho Vermelho vai entregar a cesta para a vovó, porém não conta o que tinha dentro. Aí eles fazem a receita do que tinha dentro e eu achei isso muito legal. E é isso que me despertou a vontade de fazer um livro de times e receitas”, conta o jovem escritor e fã de futebol, bastante entusiasmado.
A apresentação de Alice no País das Hortaliças em escolas da rede pública é um projeto realizado pela Mercúrio Cultural, por meio da Lei Rouanet, com patrocínio da Bermad, além do apoio da Incentiv, da Secretaria de Educação de Guarulhos e do programa Mais Futuro.