UNIDOS NESSA LUTA PELA VIDA!
Sem duvidas, parte de minha recuperação advém da força que encontro no amor de Deus, minha autoconfiança, das muitas pessoas que me cercam, com cuidados e amor. E mesmo sem saber que iria precisar tanto de tudo e de todos sempre priorizei as boas relações, o cuidado com o outro. Me apaixono cada vez mais pelas pessoas que oram por mim, que jejuam por minha cura, que me colocam em seus propósitos com Deus, tais atitudes são imensuráveis, muita gratidão. A Vaquinha outra etapa que me emocionou muito, milhares de pessoas anônimas, identificadas, dividiram o seu muito ou pouco, em favor da minha necessidade, todo esse apoio fez a diferença. Eu e minha irmã Heidy Menezes Rosa, vamos dividir com os leitores, parte da rotina dos preparativos para o transplante. Dia 01/03/2022, kkkkk entrando no mês do meu aniversário (é dia 17/03) Desde o início delimitei que meu transplante seria no mês de março, uma espécie de presente! Acredito que consegui me conectar tanto com Deus que juntos definimos este mês!
Heidy Menezes Rosa, doadora da Medula Óssea, irmã do Pedro Luan, acompanho todas as etapas dessa longa e árdua batalha, nem sempre estive tão forte, o impacto me abalou, me desestruturou e me fez refletir mais profundamente sobre diversos valores que até então não havia sido questionado! De repente no dia 06/10/2021, por volta das 19hs, o Juarez veio até minha casa para avisar minha mãe que o Pedro havia sido internado no Hospital Municipal de Brás Cubas, e que seria transferido naquele mesmo dia para o Hospital Luzia de Pinho Melo, neste momento ainda não sabíamos exatamente o que estava acontecendo, mas era assustador. Numa velocidade meteórica veio o suposto diagnóstico (Precisava ser atendido por um hematologista), enfim, é nessa velocidade que tudo vai se desenrolando, a cada instante a angústia, a dor e as incertezas ganham uma proporção imensurável! Incredulidade, uma das muitas palavras que explicava aquele momento. Hospital Santa Marcelina, 08/10, veio o diagnostico! Leucemia, que ainda precisava de um exame para saber o tipo, é indescritível o impacto dessa confirmação, sei que nenhum de nós será o mesmo! Passaram-se 5 (cinco meses), entre internações, quimioterapia, alta, internação quimioterapia e alta. Meu irmão foi assistido pelos melhores e os mais humanos profissionais (Viva o SUS). Chegamos ao momento do tão sonhado e necessário TRANSPLANTE de Medula Óssea. Fiz o exame de HLA (Human Leucocyte Antigen), no IGEN, um laboratório especializado com uma amostra de sangue simples, no dia 21/10/2021, cerca de 20 dias depois veio o resultado, compatibilidade de 50%! No dia 09/02/2022, a equipe médica que cuida do Pedro, solicitou os exames preparatórios, vieram às explicações sobre os procedimentos para a doação, que susto, bateu uma angustia medo! Sou feliz, me sinto privilegiada, estou imensamente grata a Deus e pronta para internar no dia 09/03/2022, fazer a doação e ver meu irmão seguir a normalidade da preciosa vida, pela qual estamos todos imbuídos em realizar o melhor, minha expectativa é vê-lo com o sorriso largo e lindo, circulando pela vida, exercício que muito apreciamos.
Num formato de entrevista seguem os relatos: M.P.M (Margareth Pinto de Menezes, mãe), P.L.M (Pedro Luan Menezes); J.A (Juarez Alves, pai) e I.C.M (Isabela Cristina Morais, namorada)
M.P.M: Considerando todos os momentos anteriores, que inclusive foi descrito aqui no jornal. Como você está encarando esse momento/Transplante?
P.L.M: Sem tensão alguma, vou só na alegria, com o sentimento da última etapa de internações, sentimento da cura me esperando, lá naquele canto, no segundo andar chamado hematologia, com o qual já estou familiarizado, embora esteja indo para o TMO, a hemato é no mesmo andar ao lado, então me sinto em casa. É assim que aquela equipe de gigantes me faz sentir!
M.P.M: Das muitas emoções, nesse momento você viverá uma muito especial. Sua doadora é sua irmã, o que isso significa?
P.L.M: O sentimento é de mais aproximação, movimento que estávamos fazendo nos últimos anos, os fatos encaminharam para selar de vez e nos deixar bem mais próximos, fora o sentimento de alegria e emoção.
J.A: Após um diagnóstico fora de qualquer probabilidade em outubro, como é chegar em março para a terceira internação?
P.L.M: É algo muito forte, um sentimento de que sou muito forte e o sentimento de gratidão, chegar para terceira internação, sendo esta a do transplante, a da cura e da forma que cheguei, sem sofrimentos, chegando inteiro no final dessa batalha, é um sentimento de muita alegria e gratidão junto com o de me sentir muito forte. É válido lembrar que pode acontecer de precisar de mais ciclos para entrar em remissão e conseguir ir para transplante, válido também falar a dificuldade de achar um doador, (no meu caso a doadora está dentro de casa, minha irmã) então por isso o maior sentimento é o de gratidão.
J.A: Considerando a sua força e coragem para enfrentar umas das mais difíceis doenças de nosso tempo, como você se sente na sua terceira internação, sendo está para o transplante e tendo sua irmã como sua doadora?
P.L.M: Sinto-me muito bem, muito alegre e muito grato! O fato de ser minha irmã é algo que dá mais alegria e mais brilho nessa história.
I.C.M: Sabemos que nessa fase do TMO (Transplante de Medula Óssea) é necessário no mínimo 30 dias de internação, o que você faz para encarar esses longos dias longe de casa de forma mais leve?
P.L.M: Essa terceira internação, que é para o transplante, minha mentalidade é de que vou passar poucos dias para ter a cura para o resto da vida, então fica muito fácil, o pensamento é de que o mais difícil já passou, agora é só alegria.
I.C.M: O TMO exige inúmeros cuidados Imprescindíveis, de todos, quais você acha que será o mais difícil e por quê?
P.L.M: Com certeza os pós, em casa, de ficar isolado no quarto. Mesmo em casa, gosto de estar conversando e perto do pessoal sempre, então ficar isolado no quarto o máximo possível é o mais difícil.