Um grito que esteve preso na garganta por dois anos, mas que agora pode ser cantado. ‘Janelas’, novo álbum do cantor, compositor e multi-instrumentista Evandro dos Reis já está disponível nas plataformas digitais. E com direito a lançamento em grande estilo, em show no Sesc Mogi na última quinta-feira (1º de dezembro). A plateia cantou, dançou e refletiu as rimas que versam sobre saudade, amor e a vida.
Fruto da saudade, da necessidade e da importância de recuperar o cotidiano do trabalho artístico musical, que foi paralisado ou muito profundamente modificado durante a pandemia de Covid-19. Esse é o projeto, que, nas palavras de seu criador, é “um exercício de manutenção da poesia, da musicalidade e da expressão artística traduzida em estilos tipicamente brasileiros”.
São, ao todo, seis composições autorais e 3 interpretações. Músicas que passeiam por diferentes ritmos da música nacional, como samba, ijexá, bolero e forró. Nesses estilos, as mensagens são variadas, mas com grande influência do amor e do mar, que embala as aventuras do eu lírico.
O projeto nasceu de uma campanha de financiamento coletivo, em 2020, no ponto mais crítico da pandemia. Foi, portanto, gravado à distância, em respeito às normas de segurança da época, com cada músico em sua casa, em sua janela, em seu parapeito.
‘Janelas e Parapeitos’, aliás, é o nome de uma das mais dançantes faixas do disco, e também peça-chave para explicar a proposta. Dali, o artista assistiu a muita coisa, como “cenas do mesmo episódio / narrativas de circo e de trigo / nas corridas sem prêmio e sem pódio”, por exemplo. Também viu pessoas que “dançam, cantam, poetam” e concluiu que “é o milagre, é a sobrevivência / é a cena mais forte, que o meu peito suporte”.
Também são dançantes as faixas ‘Na Ponta’, ‘Dona do Sonho’ e ‘Alto Lá’, que guardam relação especial com o sol e o mar. A natureza, o som das ondas, a reflexão de olhar para o horizonte. Tudo isso é transformado em música.
E como ‘Janelas’ é um reflexo da vida, há também momentos mais íntimos, como em ‘Melhores Amigos’ ou em ‘Molto Romantico’, versão em italiano da canção ‘Muito Romântico’, de Caetano Veloso’.
Há, ainda, outras emoções. Em ‘Platão’ há um olhar interno, regado à voz e violão; em ‘Bojador’, uma nova reflexão sobre o mar e o destino; e em ‘Calos e Planos’ um clima festivo, que fala sobre união e torna quase impossível não dançar ao mostrar que “o baião de dois pode ser para três, quatro cinco e até mesmo seis / a beleza do eu mais vocês / são tantos os laços que a fita, rebobina e embaraça o fim do mês”.
Em um “momento emblemático”, como define o artista, o show no Sesc Mogi teve tudo isso e ainda mais, com o piano e synth de Vitor Arantes, o violão e a guitarra de Helô Ferreira, o contrabaixo de Vanessa Ferreira e a bateria de Kau Caldas. O público pediu “bis” e Evandro dos Reis atendeu, pedindo a ajuda da plateia para cantar ‘Vagabundo Soy’, música de Omar Lopez, com quem ele teve contato durante o período em que esteve na Itália, com a Orchestra di Piazza Vittorio.
Para ouvir ‘Janelas’, basta procurar por Evandro dos Reis nas plataformas digitais. Também vale ficar de olho nas redes sociais do artista ( @evandrodosreis), onde informações sobre próximos shows serão divulgadas em breve.