Uma família decidiu levar os quatro filhos para viajar pelo mundo antes de três deles ficarem cegos.
As crianças canadenses — Mia, Colin e Laurent — foram diagnosticadas com retinite pigmentosa, doença genética degenerativa que leva à morte de células fotossensíveis na superfície da retina.
Os especialistas recomendaram criar memória visual a partir dos livros. Mas Edith Lemay e Sebastien Pelletier, os pais dos meninos, resolveram ir além — e, em vez de mostrar a foto de um elefante ou uma girafa, eles decidiram apresentar os animais em carne e osso aos filhos.
“Pensando nisso, dissemos: Podemos mergulhar de cabeça nisso e mostrar o mundo a eles. Mostrar a eles como o mundo é bonito — para preencher a memória visual deles com o máximo de coisas bonitas que pudermos”, diz Edith.
Foi assim que eles partiram em uma viagem de um ano pelo mundo.
Com seis meses de viagem, eles já visitaram seis países em três continentes: Namíbia, Zâmbia, Tanzânia, Turquia, Mongólia e Indonésia.
E, ao que parece, as memórias visuais da viagem já começaram a ser formadas:
“Minha parte preferida foi meu aniversário porque eu andei de balão”, lembra Laurent.
Já o momento favorito de Maia foi cavalgar na Mongólia, enquanto Colin recorda de quando dormiram em um trem.
Mas não se trata apenas de criar memórias.
Edith conta que eles optaram por usar meios de transporte e hospedagem básicos — não só para manter os custos da viagem baixos, mas para tornar as crianças mais resilientes.
“Também queremos que nossos filhos se tornem um pouco mais resilientes. Porque ao longo da vida eles vão precisar ter resiliência.”
“Não quero que eles vejam o que está acontecendo com eles como uma maldição ou como algo terrível. Quero que eles vejam que este é o caminho de vida deles. E que eles têm um grande desafio, mas têm todas as ferramentas dentro deles para enfrentar esses desafios”, diz a mãe.