SEIS ESCOLAS DE MOGI SERÃO AS PRIMEIRAS DO BRASIL A RECEBER A ACADEMIA DE LÍDERES UBUNTU

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A história de vida de grandes líderes mundiais, como Nelson Mandela, Martin Luther King e Malala serão inspirações para alunos de seis escolas públicas de Mogi das Cruzes por meio do projeto Academia de Líderes Ubuntu. O município é a primeira cidade brasileira a receber a iniciativa em escolas, por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Mogi das Cruzes e o Instituto Padre Antônio Vieira, sediado em Portugal. A semana Ubuntu com os alunos começará na próxima segunda-feira (15/08), às 9 horas, na Escola Estadual Galdino Pinheiro Franco, em Braz Cubas.

O público-alvo do projeto são alunos do ciclo II do ensino fundamental e ensino médio. A formação dos 22 educadores das escolas participantes foi realizada entre 9 e 11 de agosto no Polo Digital de Mogi das Cruzes, em Cezar de Souza. Inicialmente farão parte da academia: o Cempre Benedito Ferreira Lopes (Vila Lavínia) e as escolas estaduais Galdino Pinheiro Franco (Braz Cubas), Profª Branca Baumann do Amaral (Jardim Layr), Profª Laurinda Cardoso Mello Freire (Jardim Universo), Dagoberto José Machado (Jardim Bela Vista) e Sentaro Takaoka (Cocuera).

Em três dias, os profissionais participaram de dinâmicas e teorias que serão replicadas com os estudantes. A vice-prefeita Priscila Yamagami Kähler destacou a importância da ação conjunta entre as redes de ensino. “A educação em Mogi é uma só e estamos construindo uma ponte com nossos educadores, alunos e gestores das redes estadual e municipal para levar essa filosofia de vida para os adolescentes e jovens da nossa cidade”. O projeto é realizado em parceria pela Secretaria Municipal de Educação e Diretoria de Ensino.

A Academia Ubuntu é uma política pública em Portugal. Trata-se de um projeto de educação não-formal orientado para a capacitação de jovens com elevado potencial de liderança, provenientes de meios desafiantes ou que neles queiram trabalhar. “Estes educadores serão multiplicadores dentro do ambiente escolar. A ideia é de que a filosofia Ubuntu se torne uma cultura escolar. O Ubuntu é uma filosofia e uma ética africana que fala sobre o respeito ao outro. Eu sou porque você é, eu só posso ser pessoa através de outras pessoas”, explicou a líder da Academia de Líderes Ubuntu no Brasil, Dayse Rodrigues.

O projeto trabalha com as competências: autoconhecimento, autoconfiança, resiliência, empatia e serviço. “O líder Ubuntu é aquele que desenvolve as cinco competências e replica isso em seu estilo de vida. Toda nossa formação é para identificar o que há de parecido entre nós para que a partir desse ponto em comum, possamos construir outras coisas”, completou Dayse. A formação, focada na vivência da metodologia, também foi ministrada pelo formador Júlio Pascoal com a participação do presidente da Associação Ubuntu na América Latina, Eduardo Seidenthal.

A coordenadora da EE Dagoberto José Machado, Josana Jacob Lisboa, destacou a importância de apresentar essa perspectiva para os jovens. A escola atende alunos do ensino médio. “Nossa educação, principalmente, dos nossos adolescentes e jovens está precisando desta escuta ativa carinhosa e empática. Que isso se irradie com os alunos e que a gente tenha muitos clubes Ubuntu pela cidade”, disse. Os clubes serão geridos pelos próprios alunos que irão definir formações e ações no ambiente escolar.

A necessidade de criar pontes e conexões foi apontada pela professora Marcia Cunha, que leciona História no Cempre Benedito Ferreira Lopes. “Quanto mais a gente conseguir ensinar e criar jovens e adolescentes que consigam ouvir, que respeitem as diferenças e pensem em forma de transformar a realidade escolar será muito positivo. O projeto vai além do ambiente escolar, mostra que é necessário o diálogo e criar pontes”, disse. A unidade escolar é a única da rede municipal que atende alunos do 6º ao 9ºano.

Cada escola selecionou cinco estudantes, que também serão multiplicadores entre seus colegas. “Nosso objetivo é que eles se vejam como uma potencial liderança. Eles também podem ser Mandela. O autoconhecimento traz esse olhar, eles passam a valorizar a própria história, entender que a gente não tem controle com sobre o que acontece com a gente, mas podemos controlar como reagimos”, disse Dayse

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